14 abril 2008

Metro

Apanhar o último metro para a Povoa de Varzim é um exercício extremamente deprimente. A partir do momento que entro no metro na Trindade e até sair na minha paragem, assisto a um desfile de um sector da juventude actual deste país (e também, pelo que vejo na internet e na tv, por esse mundo fora). A futilidade vence. Falamos de jovens dos 13 aos 18, todos vestidos da mesma forma (meninas, com as vestimentas mais provocantes e fora de idade possíveis e os meninos da forma mais ridícula possível). São minutos de barulho, falta de educação e saber estar e de grande falta de conteúdo. É engraçado como no tempo em que eu tinha a idade deles (e foi há relativamente pouco tempo) as coisas eram bem diferentes. Não é que não existissem os ocos e os fúteis, mas porra, não enchiam o comboio quando saíamos à noite. Lembro-me que no meu grupo não passávamos o tempo nos insultos, nem a fazer barulho e quando metia álcool - e meteu, ainda hoje não posso beber Gold Strike ou Absinto, nem sequer cheirar - nunca eram em discotecas ou sítios públicos, com muita gente. Era sempre no nosso local. Era sair, rir bastante e galar as meninas. Pelo meio ainda trocávamos umas de letra, bem profundas. E pelo que sei dos tempos dos meus pais, as coisas eram ainda mais diferentes, com grande parte das actividades a terem grande cariz cultural, para não falar de rebeldia anti fascista, mas isso só dava naquele tempo, em que havia "condições" para isso mesmo.

Este declínio da cultura das brincadeiras da juventude é algo que me preocupa. Já me preocupava nos tempos em que estive em Espanha, mas de maneira diferente. Lá o declínio tem sido bem mais rápido e como não era a "minha" juventude não me dizia muito. Agora o facto de ser cá e de ser constatável que é por esse mundo fora provoca uma interrogação: Para onde é que caminha o mundo com este crescendo de jovens que no futuro muito pouco acrescentaram à sociedade em termos culturais? Em termos de educação, respeito , dever cívico e tolerância?
Às vezes penso que caminhamos para um ponto de ruptura que despoletará confrontos sociais com resultados extremamente destrutivos.
Preferia uma invasão de Zombies. Era mais divertido.

Mudando radicalmente de tema, fiquem com a intervenção do Manuel Serrão num programa do Porto Canal. Diz realmente tudo o que há para dizer com alguns excessos pelo meio, provocados pelas constantes agressões de que somos alvo:


Excelente. Fiquem também com estes dois links para declarações do chalana, que são extremamente engraçadas: um e dois. Neste segundo é especialmente engraçado o facto de ele dizer que por acaso estava a ver o jogo. Sublime.

06 abril 2008

Azul


"Lisandro López é um especialista. Mas não é exactamente um especialista em golos como indicam os seus números sorridentes destes dias. A sua verdadeira especialidade futebolística é pisar um terreno para gerar o que não estava: um espaço onde não havia espaço, uma velocidade onde tudo era lento, uma surpresa onde faltava a estupefacção, um drible no meio de nada, uma cabeçada entre dez cabeças, uma canhota quando se entende como dextro, uma direita mas desde a esquerda."

O texto é de Ariel Scher, jornalista Argentino e retrata um dos jogadores preferidos do meu clube e dos poucos profissionais do futebol que eu consigo gostar. Data de 2004, de quando Lisandro foi o melhor marcador do torneio Clausura na Argentina onde Lisandro já demonstrava as qualidades que actualmente fazem dele um dos jogadores mais importantes do clube e do campeonato. Aqui o inseri como uma espécie de vénia ao Lisandro e porque a descrição para além de fidedigna, é muito bonita. Serve também, para abrir o post.

Mais um campeonato passa, mais um campeonato vencido pelo Futebol Clube do Porto. Este, conseguido no jogo que marcava a 25º Jornada. Faltam ainda 5 jogos para jogar, todos eles a feijões para nos, tamanha é a superioridade em todos os sentidos. Mais um campeonato onde tentam retirar mérito à equipa, ao clube. Onde se enchem capas de jornais com perfeitas futilidades (mais um eusébio, mais um violiono, sempre mais um qualquer coisa) onde não nos é dado o devido respeito, reconhecimento pelo trabalho feito cá dentro mas especialmente, além fronteira, onde o nome do país e da cidade Invicta é levado e elevado ao expoente máximo do sucesso. E quanto a isto só tenho a dizer uma coisa:
"Obrigado".
Todos vocês, fazem destas conquistas, algo que trás um sabor, uma realização, completamente impossíveis de entender e sentir para quem não é Portista. Que triste vida a vossa, passar ao lado de sentimentos tão belos.
Por cada seleccionador palhaço que insulta uma região com a vossa conivência, por cada medalha de reconhecimento nacional que não nos é dada, por cada processo mirabolante de suposta corrupção que nos é feito enquanto outros marcam jogos no Algarve e passam a semana a almoçar com os jogadores da equipa adversária sem que nada aconteça, por cada filme de guião duvidoso, por cada jornalista ressabiado, por cada capa de jornal centralista, por cada pergunta fora de tom e de lugar ("Lucho, vê-se no Porto na próxima época?" "Claro, estou muito bem aqui." Haha!), por tantas coisas, por tanto remar contra a maré, que o sentimento de uma vitória, por tão banal que elas sejam (e são, afinal, é o que sabemos fazer, vencer!) será sempre algo que vocês nunca irão, compreender, tocar, enfim, viver e que nos, eternos defensores da liberdade, rebeldes do poder central, modernos Caveleiros da justiça, sempre iremos sentir.
Continuemos a vencer. Ad Infinitum.

Obrigado a todos os intervenientes desta conquista. Presidente, Treinador (que soube evoluir e que já entende melhor o que é treinar o FCP), aos jogadores, especialmente ao citado Lisandro, ao grandioso Lucho Gonzaléz e ao Pedro Emanuel. Obrigado também ao R. Meireles que só pela simplicidade dentro do campo merece esta menção e ao Tarik, que alguns adeptos ainda não vislumbram a importância futebolística do homem.


Agora é a Taça. Tivemos azar no sorteio, calhou a equipa mais difícil. Mas é para vencer. E depois... segue-se o Tetra.

02 abril 2008

"Tragedy is when I cut my finger...

...Comedy is when you walk into an open sewer and die" Mel Brooks.

Tenho andado a "passear" por alguns fóruns portugueses, dos mais variados temas... pirataria, trivialidades, apoio técnico netcabo, etc. E é impressionante o mal que se escreve actualmente numa grande percentagem de pessoas. Quer seja por uma fraca construção de frases quer seja por erros tremendamente horrorosos.

E o pior de tudo é que é quase tudo assim. Esquecem-se as vírgulas, os pontos finais, enfim, qualquer pontuação. O que se usa actualmente é um estilo em que se vomitam as ideias(?) a toda a velocidade sem qualquer tipo de organização. Desabafo.

Ao ler o blog do Loot, fiquei a saber que o filme Blade Runner, mais concretamente o Director's Cut, vai passar nas salas de cinema portuguesas a dia 24 de Abril! Vou tentar estar presente! Quem não conhece o filme (sacrilégio) tem que aproveitar para ir ver! É uma obra impar do cinema de ficção cientifica que ainda hoje dá que falar e promove acérrimas discuções sobre algum do teor do filme. Data de 1982 mas continuam extremamente actual, quer na sua vertente puramente gráfica quer no conteúdo de certo cariz filosófico que trata. Se nunca viram aproveitem. E não leiam nada sobre o filme. Ver o filme "virgem" é uma óptima experiência.

Fiquem com a minha colecção de Banda Desenhada, Filmes e Jogos. É só carregar nas imagens:

E por fim...