Apanhar o último metro para a Povoa de Varzim é um exercício extremamente deprimente. A partir do momento que entro no metro na Trindade e até sair na minha paragem, assisto a um desfile de um sector da juventude actual deste país (e também, pelo que vejo na internet e na tv, por esse mundo fora). A futilidade vence. Falamos de jovens dos 13 aos 18, todos vestidos da mesma forma (meninas, com as vestimentas mais provocantes e fora de idade possíveis e os meninos da forma mais ridícula possível). São minutos de barulho, falta de educação e saber estar e de grande falta de conteúdo. É engraçado como no tempo em que eu tinha a idade deles (e foi há relativamente pouco tempo) as coisas eram bem diferentes. Não é que não existissem os ocos e os fúteis, mas porra, não enchiam o comboio quando saíamos à noite. Lembro-me que no meu grupo não passávamos o tempo nos insultos, nem a fazer barulho e quando metia álcool - e meteu, ainda hoje não posso beber Gold Strike ou Absinto, nem sequer cheirar - nunca eram em discotecas ou sítios públicos, com muita gente. Era sempre no nosso local. Era sair, rir bastante e galar as meninas. Pelo meio ainda trocávamos umas de letra, bem profundas. E pelo que sei dos tempos dos meus pais, as coisas eram ainda mais diferentes, com grande parte das actividades a terem grande cariz cultural, para não falar de rebeldia anti fascista, mas isso só dava naquele tempo, em que havia "condições" para isso mesmo.
Este declínio da cultura das brincadeiras da juventude é algo que me preocupa. Já me preocupava nos tempos em que estive em Espanha, mas de maneira diferente. Lá o declínio tem sido bem mais rápido e como não era a "minha" juventude não me dizia muito. Agora o facto de ser cá e de ser constatável que é por esse mundo fora provoca uma interrogação: Para onde é que caminha o mundo com este crescendo de jovens que no futuro muito pouco acrescentaram à sociedade em termos culturais? Em termos de educação, respeito , dever cívico e tolerância?
Às vezes penso que caminhamos para um ponto de ruptura que despoletará confrontos sociais com resultados extremamente destrutivos.
Preferia uma invasão de Zombies. Era mais divertido.
Este declínio da cultura das brincadeiras da juventude é algo que me preocupa. Já me preocupava nos tempos em que estive em Espanha, mas de maneira diferente. Lá o declínio tem sido bem mais rápido e como não era a "minha" juventude não me dizia muito. Agora o facto de ser cá e de ser constatável que é por esse mundo fora provoca uma interrogação: Para onde é que caminha o mundo com este crescendo de jovens que no futuro muito pouco acrescentaram à sociedade em termos culturais? Em termos de educação, respeito , dever cívico e tolerância?
Às vezes penso que caminhamos para um ponto de ruptura que despoletará confrontos sociais com resultados extremamente destrutivos.
Preferia uma invasão de Zombies. Era mais divertido.
Mudando radicalmente de tema, fiquem com a intervenção do Manuel Serrão num programa do Porto Canal. Diz realmente tudo o que há para dizer com alguns excessos pelo meio, provocados pelas constantes agressões de que somos alvo:
Excelente. Fiquem também com estes dois links para declarações do chalana, que são extremamente engraçadas: um e dois. Neste segundo é especialmente engraçado o facto de ele dizer que por acaso estava a ver o jogo. Sublime.
3 comentários:
São as supostas "liberdades" que eles têm a mais. Sem valores nenhuns, transmitidas pelos pais que não acompanharam a evolução e deixaram-os à vontade, não ensinando quais são os valores essenciais para viver em sociedade.
São as futilidades que lhes metem na cabeça, não lêem jornais, não vêem telejornais, não se informem, quando lhe mandam fazer um trabalho não gostam de pesquisar, preferem plagiar, é tudo a lei do menor esforço. Se calhar, a geração rasca não foi a nossa, ma está a ser a deles.
Infelizmente é a verdade e o pior de tudo é que tende a piorar ainda mais...sao uns miudos que cresceram sem valores e educacao ao lado da playstation ou do dragan ball...
No entanto cada vez mais é complicado para os pais terem tempo pros filhos visto nos dias que correm o tempo é pra trabalhar pra ganhar o maximo de € pras despesas,mtos nem tempo tem pros filhos distraindo-os claro com outros hobbies...e nao podendo dar o mais importante!
Eu detesto ser do contra (ou não)... Mas quer dizer, eu, na minha adolescência gostasse de estudar ou de me instruir culturalmente (so de vez em quando):).... "O rasca" é algo que atravessa a intemporalidade... todos fomos parvos uma vez na vida. E quanto às indumentárias, embora concorde que a moda "grita" mais alto do que alguma vez poderá ter gritado na minha adolescência, nós não éramos também, no devido tempo, os "boémios de calças de ganga"?
"Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades" e o "mundo é feito de mudança", claro está que a sociedade consumista e escrava do capital dos dias de hoje, exacerbou um pouco todas estas questões, a ausência dos pais, o materialismo, o consumismo, a ausência de um ensino à medida, tudo contribuiu, o que não quer forçosamente dizer, que, no nosso tempo, aos dezasseis anos, não fôssemos parvos... eu fui e não me arrependo!:) E não me saí assim tão mal...
:* bom fim de semana
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